sábado, 31 de maio de 2008

Terça-feira, 27 de maio de 2008

Terça-feira, 27 de maio de 2008

Eu ando tão desanimada, gente.

Parece que não tem sentido nenhum acordar todo dia antes das seis, ficar na van falando coisas inúteis com a Mah, chegar na escola e ter que aturar cinco aulas. Nada mais tem sentido. Crise existencial? Crise de separação? Crise de identidade? Foda-se o que é, eu preciso de um psicólogo. Mas pobre nunca vai no psicólogo. Só rico

Adivinha com o que eu me consolo? Comida.

O Matheus não vai pedir pra dançar comigo. Duvido. Duvido. Ele vive pedindo pra meninos dançarem com ele bem na minha frente

Ele "Fabrício, quer dançar comigo?", "Professor Marcelo, quer dançar comigo?"

Idiota. Assexuado. E pior que eu tô me tornando algo assim. Pessoa sem o mínimo contato com o sexo oposto. Sem o cara que eu achei que sempre estaria lá de capacho, sem gostar pra valer de ninguém, sem namorado. With no hopes, dude.

Mããs já que a minha vez na fila do amor não chega NUNCA, eu tenho ajudado minhas amigas, né? A Maíra, que gosta do Caio (já falei do Caio, né? O menino que eu gostava ano passado, agora virou o cara mais gostosão da escola, e a Maíra, uma das minhas melhores amigas, gosta dele) e a Milena com o Créu. Vou fazer eles dançarem na festa junina! Se tem algo bom, é deixar de gostar de um cara, uma amiga sua gostar dele e você fazer de tudo pra eles ficarem juntos.

É legal saber que, se você não tem chance nem com o nerd mais loser do universo, pelo menos suas amigas são felizes, e você fica feliz por elas.

A Maíra perguntou com quem eu vou dançar, e eu disse "com a vassoura". E ela "dança com o Souza". E eu: "Ele nunca vai pedir pra dançar comigo"

Por favor me matem? Hoje a gente tava voltando do intervalo, né, aí o Matheus tava ajoelhado tocando violão, só que eu nem tava perto, tinha acabado de subir (A gente tinha passado o intervalo infernizando a Ana Laura, a talzinha da sexta série que fica olhando com cara de "minha coxinha é mais barata que a tua" pra Milena, e se acha o último rexona teens da unilever ) aí o prof de gramática passou e perguntou "Tá fazendo serenata?", aí o Matheus disse "tô", mas nem olhou pra mim. Vai ver era pra um dos amiguinhos dele. OAPSDJOPASJHAOIBDHOIDABISUDGDHIUG

Aí a gente tava entrando na sala (eu e a Mariana), ela na minha frente, e o Matheus meio que atravessou na frente dela, disse "q..." como se fosse dizer alguma coisa, e disse "esquece". Achei que ele fosse pedir pra dançar com ela bem na minha frente. Cheguei a pensar também que ele ia pedir pra dançar comigo, mas fala sério, nem perdi muito tempo pensando nisso. Só metade da aula de gramática. Básico. Nunca tem muito o que pensar mesmo...

Eu fico totalmente off nas aulas, cara. Justo eu que era A nerd. Acho que eu vou ter que fazer o mesmo que em 2005 e 2006: desistir de dançar porque quem eu quero dançar não quer dançar comigo. (Ano passado nem dança não teve).

Sabe, eu vejo que eu fui tão infantil quando eu gostava do Caio, pensando num romance perfeito, em cenas perfeitas, num amor que existia tão perfeito dentro da minha cabeça que até me fazia chorar, feito novela. Mas eu continuo sendo infantil. A cada dia eu percebo como é ridículo. Algo que eu disse semana passada, sei lá, se eu vejo eu acho que foi tão idiota, que eu devia ter agido tão diferente... se eu tivesse mudado tudo enquanto pude, desde a primeira coisa que eu fiz e me arrependi, eu provavelmente teria sido descoberta como estrela do SBT aos dois anos. Eu tinha passado num casting e ia gravar o comercial, e desperdicei! afs. E isso há doze anos atrás.

Vai ver é por isso eu passo tanto tempo no que poderia ter sido, no que poderá ser, e não sendo. Porque eu sou uma escritora idiota.

Eu não consigo simplesmente viver algo, porque eu tenho medo. Isso tá cada vez mais degrading.

A única pessoa que me mostrou como eu podia ser forte, como eu podia ser amada por alguém, como eu podia um dia ser feliz, como o amor podia ser lindo, como eu devia acreditar em mim, no mundo, nele e no amor, como eu não devia ter medo porque ele estaria sempre ao meu lado, a única pessoa que fez com que eu sentisse que eu tenho um lugar no mundo e pessoas ao redor que precisam de mim, acaba de dizer que tudo não passou de amizade. E eu acreditei no amor dele como eu nunca tinha acreditado em nada antes. Acreditei nas palavras como se elas fossem me salvar de uma vida medíocre e vazia. Acreditei no meu amor por ele, que talvez fosse a única coisa verdadeira nisso tudo, apesar de desnecessária. Acreditei que eu podia viver pra sempre com ele, que eu não me importaria de abrir mão de ter luxo e tudo o que eu sempre quis, pra viver numa cidadezinha idiota e sem brilho, pra poder ter ele, tudo que eu quero. Acreditei que eu podia abrir mão de muitas coisas que eu queria porque tê-lo, estar com ele, e até, como ele dizia querer, ter uma família com ele, fosse o mais importante de tudo. Eu teria escolhido viver ao lado dele até o fim, mesmo que fosse pra ser pobre e ter um monte de filhos. Ser famosa e rica era, e ainda é meu sonho. Mas viver o resto da vida com ele, e talvez um pouco mais, era, e ainda é, o que eu mais quero, a qualquer custo. Tudo o que eu não lutei esses meses todos pelo amor dele, que veio "de bandeja", ou até mais, eu tô disposta a lutar agora. A fazer qualquer coisa. Eu nunca vou conseguir amar alguém do mesmo modo e intensidade. Só com a mesma intensidade.

Eu não tô tentando comover qualquer raro leitor dessa porcaria, apesar de eu mesma estar chorando. Foi só uma crise, e eu tinha que aliviar um pouco disso de algum jeito.

Isso vai passar. Tem que passar. A dor, não os sonhos.

Acho que eu ainda tenho muito da menina imatura que há dois anos atrás se apaixonou pra valer pela primeira vez, teve grandes sofrimentos por detalhes muito pequenos, escreveu um monte de diários falando de seus sonhos de ser rica e estar com o "grande amor da sua vida".

Eu rezava pro Caio gostar de mim, porque eu achava que era só duas pessoas se amarem, que tudo bem, elas iam viver felizes pro resto de seus dias e realizar todos seus sonhos. Eu precisava acreditar nisso. Talvez porque ninguém nunca tinha correspondido meu amor, e eu não soubesse que duas pessoas podem se amar e mesmo assim se separarem.

Agora eu rezo pra ter 'alguém' de volta, se é que eu já o tive. Tudo o que ele dizia parecia tão verdadeiro. Há muito tempo eu não me sentia assim. Acho que desde a festa junina do ano passado, quando eu recebi um correio do amor falso em nome do Caio e queria morrer. E vendo agora, quase um ano depois, não parece tão ruim. Eu já falei sobre aquele lance sinistro que eu tenho de esquecer como é sentir alguma coisa. Only when I stop to think about you, I know...

I served out my detention, and in the end I got an honorable mention. In the movie of my life, starring you, instead of me. When the moonlight hits your bright eyes I go blind. Maybe in next time I'll remember not to tell you something stupid like I'd never leave your side. Like the oldest movie I ever saw was the one we wrote together.

Eu ofereci minha proteção, e no fim eu consegui uma menção de honra. No filme da minha vida, quem estrela é você, em vez de mim. Quando a luz da lua acerta seus olhos iluminados eu fico cego. Talvez da próxima vez eu lembre de não te dizer nada estúpido como se eu nunca fosse sair do seu lado. Como o filme mais velho que eu já vi, foi aquele que escrevemos juntos.

Honorable Mention – Fall Out Boy

Esse lance da "luz da lua acerta seus olhos iluminados" eu lembrei de quando a gente ficou um tempo sem poder se falar muito, e ele disse "toda noite às oito horas, olha pra lua, que eu vou estar olhando também, e a gente vai estar juntos".

Acho que eu sou a única pessoa do mundo que chora dez dias depois de um fora. De um fora virtual ainda.

O Trida devia ter me deixado terminar uma vez que a gente brigou por causa da ridícula da Vaah, e dele ter vergonha de mim. Pelo menos aquele dia eu tava com tanta raiva que não teria sofrido tanto.

Aliás, o Trida diz simplesmente que eu tenho que superar, que o Ro era muito pouco pra mim, esse tipo de coisa. Mas nem eu e ele, a dupla perfeita e inseparável, estamos como sempre. E é melhor eu nem escrever mais, agora que eu não tô mais chorando. Preciso comer aquela rosquinha açucarada da cozinha. Aquilo é muito bom. Vai acabar com a minha depressão.

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